segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Christiane F. defende traficantes, droga e Hitler



Imagine uma menina de 15 anos, viciada em heroína, que se prostituía nas ruas de Berlim entre 1975 e 1978 em busca do dinheiro justo para comprar mais uma dose da droga. Pois essa garota, hoje a senhora Christiane Vera Felscherinow, 43 anos, foi o centro de atenções da mídia por pelo menos seis anos, quando decidiu revelar suas agruras num livro autobiográfico que viraria, em 1981, um filme de sucesso.
Suas entrevistas têm pérolas de ingenuidade e ousadia e, se fosse hoje, carregariam o rótulo de "politicamente incorretas". Christiane F. (como a ficção a notabilizou) nunca quis ser boazinha e jamais teve papas na língua. Ainda criança, trazia a carga de um pesado consumo prematuro de drogas, descrito em exames da época como "potencialmente inibidores do desenvolvimento físico e cerebral".

Hitler

Numa ocasião, ela provocou polêmica ao dizer que a juventude alemã era mais feliz na era Adolf Hitler. Questionada, não perdeu a pose. "Claro que Hitler foi um porco, mas, quando vejo fotos da molecada daquela época, só vejo rostos contentes", disse em entrevista à revista Manchete, em 1984, aos 22 anos.

Ingênua, disse acreditar que os movimentos neonazistas nada mais eram do que "coisa de quem pinta suásticas para irritar os adultos".

Sobre a heroína, Christiane nunca mostrou ressentimentos. Em 1980, falando à Playboy alemã, disse que a droga lhe dava "um incrível sentimento de poder". E completou: "Tudo o que antes te enchia o saco desaparece".

Provocativa, desafiou as pessoas que bebem e fumam. "Eu prefiro heroína a um copo de álcool", disse.

Na mesma ocasião, defendeu os traficantes de entorpecentes, comparando-os a vendedores quaisquer. "Há safados que misturam a droga para conseguir mais quantidade e dinheiro. Mas há também vendedores de carros usados que sabem que os compradores terão problemas com o produto que vão adquirir. Perto destes, a maioria dos traficantes é até decente".

Da prostituição, Christiane tirou uma forte lição. "Lá, aprendi a me impor". Nas ruas de Berlim, ela se prostituiu dos 13 aos 15 anos, sempre para bancar o vício.

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