Suas entrevistas têm pérolas de ingenuidade e ousadia e, se fosse hoje, carregariam o rótulo de "politicamente incorretas". Christiane F. (como a ficção a notabilizou) nunca quis ser boazinha e jamais teve papas na língua. Ainda criança, trazia a carga de um pesado consumo prematuro de drogas, descrito em exames da época como "potencialmente inibidores do desenvolvimento físico e cerebral".
Numa ocasião, ela provocou polêmica ao dizer que a juventude alemã era mais feliz na era Adolf Hitler. Questionada, não perdeu a pose. "Claro que Hitler foi um porco, mas, quando vejo fotos da molecada daquela época, só vejo rostos contentes", disse em entrevista à revista Manchete, em 1984, aos 22 anos.
Ingênua, disse acreditar que os movimentos neonazistas nada mais eram do que "coisa de quem pinta suásticas para irritar os adultos".
Sobre a heroína, Christiane nunca mostrou ressentimentos. Em 1980, falando à Playboy alemã, disse que a droga lhe dava "um incrível sentimento de poder". E completou: "Tudo o que antes te enchia o saco desaparece".
Provocativa, desafiou as pessoas que bebem e fumam. "Eu prefiro heroína a um copo de álcool", disse.
Na mesma ocasião, defendeu os traficantes de entorpecentes, comparando-os a vendedores quaisquer. "Há safados que misturam a droga para conseguir mais quantidade e dinheiro. Mas há também vendedores de carros usados que sabem que os compradores terão problemas com o produto que vão adquirir. Perto destes, a maioria dos traficantes é até decente".
Da prostituição, Christiane tirou uma forte lição. "Lá, aprendi a me impor". Nas ruas de Berlim, ela se prostituiu dos 13 aos 15 anos, sempre para bancar o vício.
sempre uma historia dessa, esta por vim
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